A toxina Botulínica, ou popularmente Botox®, caiu no gosto dos brasileiros. Hoje o procedimento vigora entre os mais procurados no país, sendo utilizado até por jovens na casa dos 20 anos, como forma de prevenir o aparecimento de linhas de expressão. Em um país em que a mais de 1.4 milhão de pessoas se submeteram a cirurgias plásticas em busca do visual perfeito, não é de se estranhar a adesão à toxina.
O Botox® é uma marca registrada pelo laboratório Allergan para a toxina botulínica tipo A, porém outros laboratórios produzem a substância e antes que essas empresas possam comercializar o ativo, é necessário a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agência reguladora realiza testes com os insumos e assim que é comprovada que a toxina está de acordo com as normas técnicas vigentes no Brasil, é autorizada a comercialização.
Cabe ressaltar que a compra da toxina botulínica é autorizada apenas por profissionais como: cirurgiões plásticos, dermatologistas e outros médicos. Dentistas tinham autorização para o uso da toxina, mas foi revogado pela justiça após ação movida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC). Eles não podem usar a Botox® para fins estéticos, apenas para terapêuticos até a data desta publicação.
Engana-se quem pensa que a toxina botulínica foi descoberta recentemente. O ativo é usado na medicina desde a década de 80, quando oftalmologistas, após estudos científicos, descobriram que com a aplicação da toxina era possível melhorar o estrabismo.
Como age a toxina botulínica?
A toxina é proveniente de uma bactéria, a Clostridium botulinum. Desta bactéria é possível extrair sete sorotipos de toxina, sendo a do tipo A mais comum e com maior eficácia comprovada para fins estéticos e terapêuticos.
Sua função é de impedir a contratura muscular, que por consequência, suaviza linhas de expressão e rugas na testa e ao redor dos olhos, por exemplo. Esse efeito de congelar o músculo, acontece devido o bloqueio da toxina à liberação da acetilcolina – molécula neurotransmissora que atua na passagem do impulso nervoso dos neurônios para as células musculares.
Ao ser impedida de emitir os impulsos, o musculo não contrai í, e por consequência, não forma vincos. Em anos anteriores o efeito “robótico” do uso da técnica era criticado, mas atualmente, em menor dosagem e feito por um médico mais experiente, fica mais natural e pouco se percebe quem fez o procedimento.
O tempo médio de duração do procedimento é de até seis meses, sendo que pode ser realizado, ao menos duas vezes ao ano. Mas, por se tratar de um tratamento paliativo, o uso excessivo pode causar um certo vício no organismo, o que resultará em menor eficácia com o passar dos anos.
Fins terapêuticos da toxina botulínica
Além de ser um poderoso rejuvenescedor – que minimiza linhas de expressão, pés de galinha, arrebita o nariz e ajuda a arquear as sobrancelhas –, a toxina pode ajudar nos seguintes tratamentos:
- Enxaqueca;
- Sudorese excessiva nas axilas, pés e mãos;
- Para minimizar o estrabismo;
- Contra espasmos musculares provenientes de acidentes vasculares;
- Minimiza sequelas neurológicas.
A quantidade de Botox® a ser aplicada e a região a receber o tratamento deve ser indicado pelo cirurgião plástico. Como já mencionado, a compra da toxina só pode ser feita por profissionais com registro, logo, antes de se submeter ao procedimento, tenha certeza que é um profissional qualificado e que será utilizada uma das toxinas botulínicas que são autorizadas pela Anvisa.
Preenchimento labial com Botox®?
Muitos pacientes acreditam que o Botox® pode ser usado para dar volume aos lábios, mas isso não ocorre. Nos lábios, o ácido hialurônico é um dos procedimentos para tal feito, pois como já mencionado, a toxina botulínica tem efeito de impedir a contratura muscular, e isso nos lábios não é indicado.
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